domingo, 12 de janeiro de 2014

Da Importância da Regeneração/Repovoamento do Centro Histórico de Amarante

Regeneração Urbana em Curso - S. Gonçalo - Amarante
Fotografias de Anabela Matias de Magalhães
 
Da Importância da Regeneração/Repovoamento do Centro Histórico de Amarante

Em dia de Festa a S. Gonçalo, chuvoso e frio muito embora isso não amedronte os membros do Grupo de Bombos de Jazente que começaram a arruar e a bombar logo pela manhã e muito menos os feirantes que enchem de vida o Largo de S. Gonçalo e ainda menos os Amarantinos que saíram de casa em grande número, aproveito para, mais uma vez, reflectir um pouco sobre a importância da Regeneração e do Repovoamento do Centro Histórico de Amarante para todos os Amarantinos e para todos os turistas que nos visitam também.
Amarante tem a sorte de ter uma localização privilegiadíssima nas duas margens do Tâmega o que lhe dá um enquadramento deveras belo, feito de árvores centenárias que se debruçam e tocam por vezes a água sempre fresca do nosso rio, emolduradas pelo casario único, feito de casas mais ou menos nobres, mais ou menos modestas, hoje em dia em grande parte desabitadas.
Penso que Amarante já bateu no fundo em termos de despovoamento do seu miolo histórico que padece dos males de outros centros históricos - prédios estreitos, construídos amiúde em altura de três, quatro, cinco, seis e até mais andares, obrigando os seus moradores às quase inevitáveis escadas, tornando o seu dia-a-dia de compras, seja do que for - lenha, gás, batatas, leite... - mais penoso do que em muitas outras casas de habitação que conhecemos noutras zonas, até aqui nos arrabaldes. Acresce a este ponto fraco a quase inexistência de prédios com garagem disponível para os inevitáveis carros que hoje acompanham a maioria das famílias portuguesas, e que já delas fazem parte integrante, não adianta escamotear a questão.
Ao que parece, o novo executivo camarário está apostado na Regeneração do Centro Urbano de Amarante e já houve contactos com a Porto Vivo, pelo que sei, para beber dessa experiência que no Porto já se iniciou faz anos. Será desta que se implementa um programa decente no que à regeneração do Centro Histórico de Amarante diz respeito? Não esquecer que temos também o modelo de regeneração seguido pela vizinha cidade de Guimarães que nos deve inspirar a todos.
Mas, enquanto tal programa não avança, alguns amarantinos deitam mãos à obra e avançam e é com especial agrado que constato que, mesmo sem programa de intervenção, e sem quaisquer apoios adicionais, há instituições e particulares que continuam a investir no Centro, promovendo, a curto prazo, o seu repovoamento, apesar das dificuldades e dos constrangimentos, alguns insuperáveis, outros nem tanto porque há edifícios a serem apetrechados com elevadores e as garagens podem sempre ser colectivas, feitas aqui e ali, para um grupo de moradores... veremos o que o tal programa oficial nos reservará.
As fotografias que hoje publico dão conta de dois exemplos desta regeneração urbana, que deve ser respeitadora da traça dos edifícios, respeitadora da memória colectiva que é a nossa e que não é de mais ninguém. Mas podiam ser outros exemplos porque há outros edifícios em obras de restauro para se apresentarem, um dia destes, como uns brinquinhos.
Uma coisa é certa, ou as casas são recuperadas e reocupadas ou continuaremos a ter um centro histórico muito belo mas a cair de podre, um perigo em caso de incêndio como já se viu aqui. E, mais perturbador ainda, um centro histórico quase morto.

Nota - É urgente actuar no Centro Histórico. Quanto ao Parque Florestal... olhem, mantenham-no limpo e asseado que já não fazem pouco!

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