sábado, 27 de agosto de 2011

Dia Quatro

Castelo da Póvoa de Lanhoso - Gerês - Portugal
Fotografia de Anabela Matias de Magalhães
Vistas do santuário de S. Mamede - Gerês - Portugal
Fotografia de Anabela Matias de Magalhães
A Caminho de Salamonde - Gerês - Portugal
Fotografia de Anabela Matias de Magalhães
Ponte da Mizarela ou Ponte do Diabo - Gerês - Portugal
Fotografia de Anabela Matias de Magalhães
Urze Rosa do Gerês - Gerês - Portugal
Fotografia de Anabela Matias de Magalhães
Mosteiro de Pitões das Júnias - Gerês - Portugal
Fotografia de Anabela Matias de Magalhães

Dia Quatro

O meu dia quatro de viagem fez-se da maravilhosa estrada que liga Braga a Montalegre, calcorreada de carro, devagar, espreita aqui umas fragas, espreita acolá uma ponte e um rio e olha ali aquela barragem e respectiva albufeira e faz um trilho para desentorpecer as pernas Anabela Maria! que é preciso exercitá-las para elas não emperrarem!
A estrada para as Caldas do Gerês estava bastante concorrida e por isso resolvemos atacar a parte direita do Parque Nacional, exactamente a que encosta serenamente em planaltos belíssimos à igualmente bela Serra do Barroso.
À medida que nos afastámos da civilização e da pantominice, a paisagem depura-se em montes por vezes escarpados e vales encaixados, por onde correm rios vários, não sei se todos represados.
A primeira paragem fez-se no Castro de Lanhoso, meia dúzia de casas descobertas aquando da abertura da estrada para o castelo, e no Castelo de Póvoa do Lanhoso, um castelo pequenino e muito belo, de fundação anterior à nacionalidade, e que tem como principal característica o estar edificado sobre uma gigantesca plataforma granítica. O sítio é magnífico, os olhares perdem-se no horizonte largo permitido pelo sítio altaneiro em que os nossos ascendentes edificaram a fortificação.
Retomámos a direcção de Montalegre, para sairmos dela logo de seguida em direcção ao santuário e miradouro de S. Mamede, o que nos permitiu mirar um Gerês de penedias agrestes e, por aqui, ainda preservado de urbanizações e construções manhosas, que se avistam lá ao longe, felizmente suficientemente ao longe para não perturbarem a harmonia do conjunto. E toca de retomar o caminho, espreita agora Salamonde e de seguida é preciso esticar as pernas, de novo, numa caminhada curta sobre mau piso até à estranha Ponte de Mizarela, também conhecida por Ponte do Diabo, edificada sobre o rio Rabagão.
O sítio é magnífico e aconselho a todos os meus leitores a caminhada breve até à ponte estreita, elegante e altiva, de dorso levantado por um único arco, e com uma curvatura estranha, logo à entrada. Como esta, garanto-vos, nunca vi outra.
E toca de abalar para Pitões das Júnias, pelo caminho admirando a beleza da vegetação, composta por tapetes de urze rosa que dão um colorido ímpar à serra e vamos lá fazer a última caminhada do dia, até ao dito Mosteiro Beneditino, em grande parte muito arruinado, edificado num sítio ermo, junto a um riacho muito belo por onde correm ainda hoje águas deveras cristalinas e frescas. A caminhada, curta, vale o esforço da descida e o esforço da subida.
Depois de uma incursão rápida pela aldeia era já tempo de partir para Montalegre onde chegámos ao anoitecer e com um frio de rachar provocado pelo vento cortante que nos arrefecia a alma.
Fiquei a pensar nos dias mais do que agrestes do Senhor Inverno... vida dura, a desta gente!
A hora era mesmo a de agasalhar o papito, coisa que fizemos pertinho do castelo, na Tasca do Açougue, onde em boa hora parámos para degustar a maravilhosa carne do Barroso.
Aconchegadinhos, retornámos ao lar.

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