"A peça de Raquel Moleiro, Professores – Unidos nunca mais na página 16 do Expresso de hoje porque revela o desânimo de quem esperou mais de uma nova ADD e não a continuação dos simplex negociados sucessivamente pelos Governos PS com os sindicatos.
A Anabela Magalhães, a colega Luísa Lima e eu próprio dizemos o que pensamos sobre o estado da coisa em forma de criatura desacreditada ainda antes de nascer verdadeiramente. Não querendo entrar por detalhes da conversa telefónica que tive – se tivessem sido declarações escritas em mail, eu as transcreveria – apenas direi que o que lá está até é a parte suave do que penso acerca desta nova coreografia em que a maior dos bailarinos (os professores) voltam a estar em forte dessintonia com o discurso dos seus representantes e desanimados com a direcção do espectáculo. E é interessante perceber como quem está de fora se apercebe – e se espanta – com a clara discordância entre as posições sindicais e as posições das bases que ainda conseguem falar disto.
Segunda-feira recomeça um processo negocial em torno da ADD. Julgo que, excepto os próprios profissionais da negociação, quase toda a gente perdeu o interesse no enésimo episódio de uma novela que foi perdendo qualidade, mesmo quando se esperava um sopro de inspiração no enredo. Agora restam as personagens estereotipadas a cumprir os papéis predeterminados, regressando a uma lógica posicional pré-2007.
Se com Isabel Alçada, em virtude do governo minoritário do PS, se estendeu ali uma vaga luz de esperança nos últimos meses de 2009, a qual se desfez numa noite de Janeiro, agora com Nuno Crato e o governo do PSD tudo se desmoronou ao longo de um Verão incaracterístico."