quinta-feira, 27 de maio de 2010

"Deixava-o Gerir a Sua Empresa?"



"Deixava-o gerir a sua empresa?"

Criédo, cruces, cáñoto! Criédo, cruces, cañoto! Yó nó! Por supuesto qué no! Ni lá mia cassa, qué hará una empriesa miña!
Peró hay ainda portuguezitos enganaditos...

"Em alturas eleitorais é normal que se façam os mais diversos juízos sobre os principais candidatos eleitorais. Sobre os candidatos que podem ocupar o lugar de primeiro-ministro surge normalmente uma questão: comprar-lhe-ia um carro em segunda-mão? Se a resposta for positiva o futuro poderá ser auspicioso, já se for negativa as possibilidades de sucesso são diminutas. Não vou nesta crónica dispersar a atenção do leitor com esta rábula automobilística mas, em altura de crise, não posso deixar de colocar uma outra questão que, como se verá, não passa de uma ficção cuja adesão à realidade é, apenas, uma mera coincidência...
Imagine-se, então, na posição de um accionista de uma empresa que assiste aos actos de administração de um determinado gestor a quem pode dar ou não o seu voto na Assembleia-Geral. O já referido gestor faz a apresentação da sua actuação nos anos anteriores. Começa por assumir que as dificuldades de liquidez actuais se devem a uma empresa estrangeira que escamoteava a sua situação através de omissões contabilísticas. Para além dela, o gestor lamenta-se que os malditos especuladores têm o desplante de olhar com atenção para os relatórios da empresa, para as suas contas e perspectivas de futuro. Termina com a explicação de que o mundo económico tinha mudado nas duas últimas semanas.
Neste discurso omite por completo o facto de nos derradeiros anos as despesas empresariais terem aumentado, as suas contas se terem deteriorado e o endividamento, perante o exterior, ter disparado. Pelo meio, embora em atitude de contenção, anuncia a aquisição de uma nova máquina em parceria com uma empresa concorrente, e um aumento extraordinário e temporário (sem que se saiba para quando o seu fim) dos seus preços. Por fim, anuncia um futuro radioso, sem que ninguém perceba como nem quando virá, apesar de as previsões de crescimento empresarial serem as mais baixas do respectivo sector de mercado.
Caro leitor: caucionava a actuação deste gestor? Investia o seu precioso dinheiro nas suas aventuras? Estaria na disposição de o manter à frente da sua empresa?
Eu não."
Daqui.

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