segunda-feira, 16 de fevereiro de 2009

Portugal menor?

Portugal menor?

P. m.: PORTUGAL menor?

Assiste-se, em Portugal, a fenómenos curiosos:

1. Alguns políticos, quando confrontados com determinados factos, padecem de amnésia selectiva. São os casos de J.S. ou de D.L.
"Não me lembro" não significa ausência de capacidade de retenção de informação, mas faltar à verdade ou mentir.

2. Depois, temos aqueles desejos, tão desmesurados, que rapidamente se metamorfoseiam em factos: são as casinhas da Guarda, a licenciatura rápida numa Universidade Independente de Credibilidade, um relatório da OCDE que, afinal, não era da OCDE, mas poderia ter sido. De permeio somos confrontados com o "Freeport" e a "Nova Setúbal".
É o princípio do prazer a sobrepôr-se ao da realidade.

3. Portugal está em recessão e o P.m. (Primeiro ministro) está a ser perseguido.
Ora bem: quanto ao primeiro facto, a culpa é da conjuntura externa; quanto ao segundo pseudo-facto, a culpa é dos partidos da oposição que não conseguem exercer a sua actividade sem recorrerem ao "argumentum ad hominem". Não aprenderam a "malhar", ou seja, a "reunir o gado em determinado ponto". Ponto isento de crítica.
Nos dois casos, a mesma ideologia de vitimização.
Sempre que a prática política for cúmplice da negritude da suspeita haverá uma "Campanha Negra". Sempre que a política for um prolongamento de um qualquer Eu desesperado por afirmação e notoriedade pessoais, presenciaremos as "forças (pouco) ocultas": as que são movidas pelo dinheiro.

4. Gravoso é a quantidade de "dados irregulares" associados à figura do P.m. (Primeiro ministro) que transformam o País num segundo P.m: Portugal menor.

Karl Popper afirmou que a nossa sociedade (ocidental) era a melhor porque a mais justa e a mais predisposta ao aperfeiçoamento. Mas estes sintomas, descritos, indiciam um diagnóstico alarmante: a democracia está doente, sobretudo, porque os políticos servem os seus interesses mesquinhos. Servem-se da política, aviltando-a.

O primeiro dever da Democracia é o de recusar-se a morrer.
O segundo é o de os eleitores esclarecidos não serem os seus carrascos.

Certo, certo, é que nenhum fato Armani conseguirá ocultar as nódoas de carácter ... ou esbater a crise económica e axiológica da sociedade portuguesa.

Elsa Cerqueira

2 comentários:

Bea disse...

Mundo menor.. é só corrupção em todo oa lado. Um ministro japonês bebado...um buraco sem fundo nos dinheiros que foram para o Iraque... enfim, tão mal estámos nós por cá como por lá...
bjs

Anabela Magalhães disse...

É verdade, de repente descobrimos que não há para onde fugir...

 
Creative Commons License This Creative Commons Works 2.5 Portugal License.