sábado, 17 de janeiro de 2009

Quantos Seremos?

Quantos Seremos?

Quantos seremos?

Não sei quantos seremos, mas que importa?!
Um só que fosse, e já valia a pena.
Aqui, no mundo, alguém que se condena
A não ser conivente
Na farsa do presente
Posta em cena!

Não podemos mudar a hora da chegada,
Nem talvez a mais certa,
A da partida.
Mas podemos fazer a descoberta
Do que presta
E não presta
Nesta vida.

E o que não presta é isto, esta mentira
Quotidiana.
Esta comédia desumana
E triste,
Que cobre de soturna maldição
A própria indignação
Que lhe resiste.

Miguel Torga

Nota - Com os meus agradecimentos à Maria Almeida pela partilha, generosa, desta poesia de Miguel Torga tão adequada ao momento em que vivemos.
Por coincidência publico Torga no dia em que se cumprem catorze anos sobre a sua morte.
As suas palavras nunca estiveram tão actuais.

7 comentários:

Pati Nanni disse...

gosto de pensar na questão da dualidade da vida. os prós e contra de tudo que fazemso e das escolha que temos. gosto quando pessoas levam outras a pensar. ;)
t+

EMD disse...

Seremos muitos, mesmo sem oportunistas e "medrosos".
Abraços com muita força aí para as terras gélidas de Amarante.

Helder Barros disse...

Quem vier que venha por Bem, não precisamos de gente receosa e comprometida com sabe-se lá bem o quê!

maria almeida disse...

Espero que sejamos os mesmos. Se forem mais alguns, tanto melhor! :)
Beijinhos

Anabela Magalhães disse...

Obrigada,Pati Nanni.
Beijinho a atravessar o Atlântico...

Anabela Magalhães disse...

Seremos muitos, Elsa D, não tenho dúvidas.

Anabela Magalhães disse...

Com efeito os medrosos podem ficar de fora, Helder. Já agora também lutaremos por eles! :)
Espero que o número ainda aumente um pouquito, Maria, mas é difícil pois estamos quase a atingir o pleno!
Beijocas

 
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