sábado, 11 de agosto de 2007

Paula Coutinho e Eugénio Queiróz


Dakla - Sahara Ocidental
Fotografia de Artur Matias de Magalhães

Paula Coutinho e Eugénio Queiroz

Conheci a Paula Coutinho no primeiro ano em que leccionei na Escola Secundária de Marco de Canavezes onde a Paula já estava efectiva. Em escolas grandes, é um bem precioso quando ao fim de um ano se deixa boas amizades... foi o caso da Paula. Professora de Geografia, era uma das minhas companheiras na sala de fumadores, muito embora ela o nunca tenha sido, gente muito mais divertida do que a que frequentava a sala de não-fumadores. Noite e dia demos ali boas gargalhadas à volta de uma mesa grande, rectangular, onde me juntava ao impagável João Lima, à Júlia (já aqui falei sobre ela e recordo só que foi aquela rapariga, professora de Filosofia, que desatou num choro convulsivo abraçada a mim, aquando da nossa estadia no deserto líbio), à Elisabete, ao João Coutinho, ao Alfredo, ao Nocas, à Paula Dias, à Rosário e ao Sérgio... e a tantos outros que partilharam comigo tantos e tantos intervalos e trabalhos vários. Escola boa, aonde eu haveria de regressar por mais dois anos lectivos, para consolidar algumas amizades.
Entretanto a Paula, solteira à época, casou com o Eugénio e um dia telefonou-me, algures pelos anos 90. Queria vir falar comigo sobre Marrocos, tão propagandeado por mim a tanta gente. Lá vieram, ela e o Eugénio, e falámos sobre Marrocos, país que eles não conheciam e para onde iam nesse Verão, os dois, de carro. Queriam dicas sobre o que fazer, o que ver, segurança, hotéis, restaurantes... o costume.
Adoraram Marrocos, ficaram mesmo viciados, tal como já nos acontecera alguns anos antes, e a partir daí contam-se pelos dedos de uma mão as vezes em que não fomos juntos a Marrocos... pelo menos uma vez ao ano, às vezes duas e, mais raramente, até três! E fomos à Jordânia juntos, e à Líbia, e à Mauritânia ... e este ano, se tudo tivesse corrido com normalidade na minha vida, hoje não estaria em S. Gonçalo a fazer este post! Estaria em Moscovo, com eles que partiram ontem de Lisboa, às cinco da tarde, para fazer o Transiberiano e finalmente entrar deserto de Gobi adentro, e que passarão por Pequim e acabarão as suas férias em Hong-Kong, mesmo no final de Agosto!
Mas este ano foi um ano completamente anormal para mim... e esta anormalidade entrou-me pelas férias dentro impedindo-me de planear e marcar uma viagem complicada que não se compadece com horas de nascimento de filhos de funcionários da farmácia. A criança, entretanto nasceu e está de boa saúde, mas o pai só regressa ao seu posto de trabalho no dia 15. E lá se foram umas férias que são complicadas de planear e de fazer.
Foi por isso que eu fiquei de pés e mãos atadas não podendo planear nada e restando-me agora partir para Norte, com o A., sem a miragem de encontrar um qualquer deserto à nossa espera, acolhedor e quente, onde nos possamos sentar no topo de uma duna e, em silêncio, contemplar, e ouvir, esse mesmo silêncio.
Pois é, A., vamos para o ruído do Norte!
Pois é, A., vamos sem destino para a "civilização"!
E Paula e Eugénio, se tiverem oportunidade de ler este post numa viagem tão atribulada, aqui vos deixo beijos enormescos e desejos públicos de que tudo corra bem.
Aguardo a vossa chegada, e as vossas histórias, para ouvir quase com o entusiasmo de quem nelas participou!!!

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