domingo, 24 de junho de 2007

Aveia


Aveia - Barca - Aboboreira - Amarante - Portugal
Fotografias de Anabela e Artur Matias de Magalhães

Aveia

Ontem foi dia de enfardar a aveia que estava amontoada nos campos, protegida por plásticos pretos, por causa da chuva que parece não nos querer deixar.
Cultivar, neste país, é uma aventura. Ou se tem grandes extensões de terra produtiva e aí pode-se tirar algum rendimento, ou se cultivam parcelas para consumo próprio ou, como é o nosso caso, cultiva-se para que as terras permaneçam limpas e arrumadas, esperando que no final o prejuízo não seja muito elevado. Feitas as contas, entre fresar a terra, semear, cortar e enfardar a aveia, o prejuízo não foi muito elevado. E a terra mantém-se sem mato, limpa e arejada e assim permanecerá até à próxima cultura. E da próxima vez semearemos prado, depois de incursões ao centeio e agora à aveia.
Estamos ainda à procura da melhor cultura que alie uma estética agradável ao mínimo prejuízo.
E hoje foi dia de voltar aos muros. O dia esteve óptimo para trabalhar. Praticamente não esteve sol, a temperatura esteve suave e o nevoeiro a cada passo fazia incursões pela Barca não deixando sequer ver o meu jardim/bouça ali tão perto. Acabei mais uns metros de muro e pensei "Meu Deus, isto nunca mais acaba!".
É claro que não é por constatar que a tarefa é incomensurável que a vou abandonar... mas que tão cedo não a acabo, lá isso não acabo.

3 comentários:

Helder Barros disse...

Isso de não acabares o muro tão cedo, não me parece preocupante, embora estejas mortinha por ver a obra feita. Pelo que percebo, constrois-reconstrois esses muros como um artista plástico modela as suas obras. Ora, se o artista é verdadeiramente artista, no que esta palavra abarca em plenitude, não tem prazos para finalizar a obra... Até porque, esta para o artista nunca está verdadeiramente acabada. O prazer não está no produto, mas a ênfase é direccionada para o processo produtivo. Não te preocupes Blue Escorpion, a obra vai-se construindo... e reconstruindo! Porque tu, na tua essência, és uma artista das formas, da plasticidade! Qualquer dia as telas serão reveladas!

Anabela Magalhães disse...

Não é que esteja preocupada... sei que em princípio terei a minha vida toda para terminar a obra... o problema é que não sei o meu prazo de validade! lol
Fico muito sensibilizada por me chamares de "artista" coisa que evidentemente não sou. Só não gosto de coisas inacabadas e desorganizadas! Ah, e tenho muito respeitinho e amor pela Natureza!
E as "telas" nunca serão reveladas! lol

Helder Barros disse...
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